em Geral

No Brasil, a cada 48 segundos acontece um acidente de trabalho. Há cada 24 horas um trabalhador morre. Esses dados são do Ministério Público do Trabalho e são alarmantes por si só. De 2012 até 14 de Agosto deste ano, o país registrou 4,27 milhões de acidentes no trabalho. É um cenário alarmante, que lembra países em guerra. Hoje o Brasil é o 4º país do mundo que mais tem acidentes de trabalho, e o pior, esses dados estão muito aquém de registrar a realidade, isso acontece por que a maioria das empresas, para evitar os impostos, se recusam a tirar CAT’s (comunicação de acidente de Trabalho), a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo IBGE, em 2013, mostrou que para cada acidente de trabalho registrado pela Previdência Social, há quase sete acidentes não declarados oficialmente.

O número de óbitos no trabalho aumentou mais de 30% desde a década de 70 e aumentou mais de 600% o número de doenças ocupacionais. E por que isso aumentou tanto? Não era de se supor que as coisas andariam para frente e melhorariam?

REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA

O adoecimento e morte de trabalhadores está diretamente ligado ao modelo econômico vigente no mundo: o capitalismo, que visa o lucro acima da vida. Por ser assim, os patrões procuram sempre aumentar os seus lucros, e para isso precisam aumentar a exploração. Quanto menos gastarem com salário, segurança e direitos, mais sobra pra eles! Assim, eles estão sempre desenvolvendo mecanismos para que trabalhemos cada vez mais, ganhando cada vez menos.

Esses mecanismos não são difíceis de se observar: as jornadas de trabalho se tornam cada vez maiores, a pressão para se produzir mais em menos tempo aumentam, empresários fazem conluios com governos para que se aprovem leis que diminuam os direitos, economizam com segurança e fingem que está tudo certo apenas quando há visita da fiscalização, e um grande etc.

O problema é que o fato de os patrões nos enxergarem como máquinas não nos transforma em máquinas. Nossos corpos vão se desgastando com o ritmo insano de trabalho, o stress aumenta e daí surgem as doenças ocupacionais como a LER/DORT, as dores lombares e as doenças respiratórias. A pressão imposta pelo ritmo de trabalho e pelo assédio dos gestores acaba por gerar problemas de saúde mental, diminuir o potencial de atenção do trabalhador e até debilidades físicas que causam os acidentes.

Existe uma tendência das empresas de sempre tirar o corpo fora, e colocar a responsabilidade sobre os acidentes no “comportamento inseguro” dos trabalhadores. Mas uma série de estudos e o próprio Ministério do Trabalho mostra que as condições de trabalho, incluindo a extensão da jornada, as práticas de gestão do trabalho e exigência de produção são determinantes para o acidente.

Ou seja, os lucros dos patrões têm colocado cada vez mais nossas vidas em risco. Por isso vivemos um cenário parecido com o de guerras, com tantas mortes. É uma guerra dos patrões contra os trabalhadores em nome do lucro. E essa é a razão pela qual precisamos nos organizar para nos defender, lutando em defesa de ambientes seguros de trabalho, de jornadas e ritmos de produção que sejam executáveis e garantam segurança para nós mesmos e para aqueles que nós atendemos. Defender nossas condições de trabalho nada mais é que defender nosso direito à saúde e à vida!

Foi o nome dado ao conjunto de mudanças no mundo do trabalho à partir dos anos 90. Foi quando as políticas neoliberais dos governos começaram a ser aplicadas à todo o vapor: fim de direitos trabalhistas, privatizações e repressão. O objetivo delas foi facilitar para os grandes empresários aumentar cada vez mais seu lucro, em detrimento das condições de vida dos trabalhadores.

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